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Título
Gaslighting
Data de publicação
30/01/2021
Legenda
Gaslighting é um tipo de abuso que atinge as mulheres de forma sutil, mas muito grave. Trata-se de manipular a mulher psicologicamente para ter controle sobre ela, ao ponto de anulá-la, gerar inseguranças, dúvidas e medos. Nele, o homem distorce, omite ou cria informações, fazendo com que a mulher duvide de si mesma, de seus sentimentos, da sua capacidade e às vezes até da sua sanidade.
Que mulher nunca ouviu de um homem “você está imaginando coisas” ou “você está louca”, quando tudo o que estava acontecendo era bem real? O gaslighting é bem comum e pode aparecer não só nas relações amorosas, mas também no trabalho e até nas amizades.
“MULHER É LOUCA”
Essa e outras frases fizeram parte da criação e socialização de muita gente. Quem nunca escutou um tio no churrasco de família “brincando” que todas as mulheres são loucas? “Você está exagerando”, “mulher é muito sensível”, “você está imaginando coisas”, “ele só traiu porque ela é frígida” são outros exemplos de frases corriqueiras que colocam a mulher na posição de desequilibrada ou insuficiente.
A lista de exemplos é longa, diz a psicóloga especializada em comportamento e traumas Daiane Daumichen. Ela explica que o gaslighting é tão prejudicial quanto a violência física. Mas por acontecer de maneira mais sutil é mais difícil que a mulher perceba que é vítima até que já se encontre completamente anulada, sem autoestima e insegura.
Se logo de cara a vítima leva um tapa, fica muito claro que continuar saindo com aquele cara não é coisa boa, mas o gaslighting acontece devagar. “Antes de julgar uma mulher acreditando que ela é ‘submissa’, observe se ela não está sendo vítima de um agressor que a colocou em uma situação onde ela não sabe que está, nem como pode sair”
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Gaslighting é um tipo de abuso que manipula a mulher psicologicamente (Crédito: Pixabay)
Gaslighting é um tipo de abuso que atinge as mulheres de forma sutil, mas muito grave. Trata-se de manipular a mulher psicologicamente para ter controle sobre ela, ao ponto de anulá-la, gerar inseguranças, dúvidas e medos. Nele, o homem distorce, omite ou cria informações, fazendo com que a mulher duvide de si mesma, de seus sentimentos, da sua capacidade e às vezes até da sua sanidade.
Que mulher nunca ouviu de um homem “você está imaginando coisas” ou “você está louca”, quando tudo o que estava acontecendo era bem real? O gaslighting é bem comum e pode aparecer não só nas relações amorosas, mas também no trabalho e até nas amizades.
“MULHER É LOUCA”
Essa e outras frases fizeram parte da criação e socialização de muita gente. Quem nunca escutou um tio no churrasco de família “brincando” que todas as mulheres são loucas? “Você está exagerando”, “mulher é muito sensível”, “você está imaginando coisas”, “ele só traiu porque ela é frígida” são outros exemplos de frases corriqueiras que colocam a mulher na posição de desequilibrada ou insuficiente.
Leia mais: Quando a loucura é filha do machismo
A lista de exemplos é longa, diz a psicóloga especializada em comportamento e traumas Daiane Daumichen. Ela explica que o gaslighting é tão prejudicial quanto a violência física. Mas por acontecer de maneira mais sutil é mais difícil que a mulher perceba que é vítima até que já se encontre completamente anulada, sem autoestima e insegura.
Se logo de cara a vítima leva um tapa, fica muito claro que continuar saindo com aquele cara não é coisa boa, mas o gaslighting acontece devagar. “Antes de julgar uma mulher acreditando que ela é ‘submissa’, observe se ela não está sendo vítima de um agressor que a colocou em uma situação onde ela não sabe que está, nem como pode sair”, explica a psicóloga.
COMO IDENTIFICAR
Além das frases acima, outros sinais caracterizam o gaslighting. “O agressor distorce informações, fatos, e, algumas vezes, chega a inventar histórias, frases, a fim de desorientar a vítima”, exemplifica Daiane.
A terapeuta de relacionamentos Sabrina Costa conta que é cada vez mais comum receber no consultório mulheres que sofrem gaslighting — e muitas vezes nem sabem. Cansadas mentalmente e depressivas, as vítimas buscam ajuda para tentar melhorar esses sintomas e descobrem com o tempo que a causa é essa forma de violência psicológica.
“Quando a vítima não percebe desde o início o jogo do abusador, ela tenta argumentar, mas perde a força, dando espaço para as mentiras e inversões do abusador. Isso faz ela perder a confiança em si mesma e acreditar que ela é a culpada por desconfiar dele”, explica Sabrina.
Tudo começa com uma primeira discussão na qual a mulher expõe o ponto de vista ou tenta falar sobre um incômodo causado pelo companheiro. “Nessa mesma conversa ele tenta mostrar à vítima o quanto ela está confusa e mostra como deve se sentir a respeito do que ela mesma trouxe”, diz Sabrina.
A partir daí, novas situações aparecem e a vítima acaba se afundando cada vez mais dentro dessa dinâmica, sentindo-se confusa, insegura e acreditando que não é capaz de encontrar um novo companheiro ou companheira por não ser capaz de fazer os outros felizes, o que a deixa presa nessa situação.
GASLIGHTING FORA DO RELACIONAMENTO
As psicólogas reforçam que esse tipo de abuso também pode vir de um pai ou outro parente (geralmente homens)-, entre amigos e até no ambiente de trabalho, vindo de chefes ou colegas. “Também ocorre nas amizades, porém como temos mais de um amigo, muitas vezes o impacto acaba sendo menor. Quando os pais manipulam os filhos, estes se tornam adultos inseguros e em muitos casos desenvolvem depressão e algumas síndromes”, conta Sabrina.